terça-feira, 29 de novembro de 2011

3 pedidos à Mim

- Eu preciso de um coração de vidro.
- Eu preciso de um relógio que pare o tempo.
- Eu preciso  não precisar daquele alguém.


Me peça todos os sonhos que não lhe permitiram enviar ao Sul.Me entregue tuas mãos sujas do medo,para
que eu possa guardá-las nos meus travesseiros.Eu limparia teus olhos todas as noites se eu pudesse te segurar.Grita quando o silêncio te sufocar.Tudo em canto criança,tudo em poesia.Então eu te abraçarei quando ninguém estiver olhando,e eu te sussurrarem coisas indefinidas.Tire as asas de baixo da cama.Ponha-as nas costas,e voe.Ah,não tenha receio.Seja,enfim,aquilo que te repreendem por equívocos arrogantes.Tampe os ouvidos,descruze os braços e feche os olhos enquanto teus pés estiverem fora do chão.
E quando estiver lá em cima,acorde.
"- Eu tenho medo de seguir..."

                                  Minha argumentação à minha criança oculta
Nunca me perguntei o que significava toda aquela história que eu não contava pra ninguém.Não existia,mas estava ali - de repente era a minha história -Contada por fatos incompletos,cheios de constrangimento. E era a mesma sensação de mau estar,de repulsa e desordem.Eu nunca me perguntei o que aquilo significava pra mim. Talves fosse um final que nunca terminei de escrever .Talves eu nem mesmo quisesse um final.Então eu me contentava com o drama de estar amargamente satisfeita com as nuvens que não me formavam coisa alguma.Com aquele café que eu sempre deixava pela metade do tempo.Com aquele jeans
que eu gostava de vestir às terças-feiras.Onde eu fui parar meu Deus? No número 32 da Rua Progresso.Que ironicamente,não progrediam nem os átrios.Eu queria era mesmo poder pedir à mim mesmo 3 pedidos.E fugir depois que eles estivessem realizados.
Por enquanto só me peço perdão.Por ter sido tão egoísta com minhas próprias estradas de tijolhos amarelos.Porém,não me peço pasciencia.
Que dela já tenha abusado à tempos.E me exposto ao perigo de não me encontrar na estação Às 17Hrs de uma Terça-Feira.Onde eu estaria ocupada demais sendo hipócrita,e uma boa pessoa.


(Elisama Oliveira)

sábado, 26 de novembro de 2011

À vida da gente.

                                     "Quem tem medo de sofrer não merece o melhor da vida"                                                                                                                                   
                                                                                             

Faz-me vivo Senhora Chuva.Deita em mim,como as lágrimas de uma viúva.E não me derretas de lembranças,não aflijas com textos antigos,nem me queime com teu hálito de destino.Tu tens sido meu remédio.É uma pena não poder marcar a hora certa de tomar.É sempre tão involuntária.

Então peça desculpas à sua vida se não cabe a ti todos os teus desejos.Finja ao menos que se importa com as mentiras apresentadas de bandeja na televisão.Não se revolte contra o mundo,não se junte aos moribundos.Sonhe de novo,e se acordar não volta atras,espere o próximo.Tem algo faltando dentro de mim.Todos os pedaços em um só,que me envenenam a língua.Que não me apertam contra a parede.À vida da gente um abraço,um beijo,um chá de ervas verdes.À vida da gente meu eterno agradecimento e também minha repulsa.À vida da gente meu nobre respeito,e minha eterna crítica.Tal que é um livro manchado de sangue,de perdas,de escuro,de garrafas vazias,de nostalgia,de melancolia e monotonia.À vida da gente,meu coração.


(Elisama Oliveira)

terça-feira, 22 de novembro de 2011


(...)

Tem sido um fardo essa falta de gosto na coisas que antes me agradavam.
Eu tenho andado de costas aos braços que me guiavam de boa vontade.Sinto muito.
Sim eu sinto,e sinto mais ainda de não poder se agradecida pelas mãos que me estendem.
Ora,não são o bastante.E não é egoísmo.É só essa mania do ser humano de não estar
satisfeito com a solidão e viver batendo em sua porta.Eu sou só,e não por querer,por achar melhor.
Mas,o que é melhor quando se quer companhia?
- Vinho,e cigarros.
Todo o amor para tirar o atraso,o desgosto,o gosto amargo,o vestido manchado,o romance inacabado.
Eu queria ser de vidro,e que as pessoas tivessem cuidado ao me pegar no colo."Cuidado,ela vai se quebrar."
Eu me quebrei.Perdi o trem,minhas prisilhas e o livro que você me deu naquele outono.Estou inteira de novo.
Ou só os cacos,mas inteira de alguma forma da qual eu ainda vou descobrir o nome.
Está cansativo,está me desgastando.E eu vivo tendo recaídas.Não é fraqueza,é...perdão,
também não sei dizer o nome disso.Mas é,e está lá.Agora vamos cantar,dançar,esquecer.
- Amigo,mais vinho,eu não quero mais amor.


                                                                           (Elisama Oliveira)

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Imaculada


Tantos laços na memória,e eu me esquecendo de por um no cabelo."Vamos fechar os olhos..."
Ela tem essa graça de estar sempre pronta querendo abraçar o mundo,quem diria!
Não à culpe.Esconder os medos na gaveta deixa-os longe de confusão.E confusão,ora veja,
é teu peito cheio,carregado,mas transbordando de amor.Talves alguém lhe pediria que se calasse,
que lhe fizesse respeito,e se colocasse sobre a mesa em uma pose de trator.Mas perdoe-os,
são todos meninos escondidos.E teus modos são tão soltos minha fada,que não os perdoo por querer teu silencio.

- Vamos Ba,solte as borboletas!

Não te iludas com o olhar da noite cara menina,ela é toda venenosa,cheia de espinhos bonitos e atraentes.
Me empeça de pular,me mergulhe nesse abraço longo que tu tens.Abre os braços para caber mais! Que tem muita dor aqui dentro,
tem muito choro que não chóro,muito amor que não distribuo,muita palavra engasgada.Abre os braços para que eu caiba ai dentro.
Sereno cinza,e ela vai lá carregando uma cesta de corações curados.Se fosse verão,ela certamente cantaria.
E eu me pego olhando teus passos,um,dois,três,quatro,cinco...De repente ela não está mais no chão.

Imaculada.Doce remédio esse sorriso.Eu muito buscaria para que ela não se deixasse corromper,não se permitisse esfriar.
Não se deixa esmurecer,não perca a cor,a flor,não perca o sol,não muda a música,se deixa à deriva,e me espere na esquina.
Que eu fui buscar meu suéter,fui ter certeza de que tranquei a porta,fui lavar o rosto e deixar meu menino trancado no meu quarto.
Ele me assusta.Eu engoliria tua inocência se me fizesse dever,e dela eu seria um fruto de alegria.Fada,me me permita 3 desejos:
- quero ter paz ao ver o sol.
- quero ter medo do escuro
- quero teus passos,sempre soltos,mais seguros.
Durma então criança,e se envolva num sonho longo.Segure as mãos do teu amado,seja eterna bailarina,seja quente e fale alto.
O mundo anda devasto,e as sombras tem me feito submergir.Me segura,me protege.Eu me encanto de novo em teu mundo,
e suas borboletas me devoram de prazer.Sou teu anjo maculado,teu veneno desvairado,sou tua música ruim,teu vestido desbotado.
Ei Fada,não vai ainda,me leva esta carta.Não te esqueces de meu mundo,e quando voar me leve!


Ei,olha só pro horizonte,aquilo são flores?


(Elisama Oliveira)

domingo, 20 de novembro de 2011

A Morte de Ana

Ana nunca foi boa com as palavras,mesmo assim nunca às abandonou.Era trágico ver como seu rosto se reprimia de temor quando se falava de futuro.Onde estaria seu futuro?Perdido nos braços da morte.
Morte que alias não é só física.Ana morreu tentando se salvar de dentro para fora.Eu nunca me deixo esquecer que ela saía todas as noites de sábado em busca de um vinho caro para se desfazer de seus conceitos sobre comportamento.As flores lhe enfeitavam o cabelo,e o perfume de um alvorecer lhe fazia gosto todas as manhãs.Eu podia toca-la,vê-la,leva-la para longe.Fui covarde,e à vi partir com o coração dentro de uma mala amarela.Pobre menina amarga.Desculpe amiga minha.Eu não tive coragem o suficiente para dizer a ele que eu o achava bonito.Se você estivesse aqui certamente me surraria.Mas é que depois que você se foi as coisas ficaram tão cinzas,mais ainda do que eu sempre fui.Então quando me falam de morte eu sempre me imagino no escuro procurando a tua mão.Ele não nos deixou tanta escolha,e ainda hoje quando eu te vejo sorrir posso ver a morte em seu olhar.

Nós subíamos em árvores para esperar a chuva cair.Era tão gostoso saber que estaríamos encharcadas de alegria depois.Era tudo tão doce,e eu me permitir macular por uma malicia enganadora.Me perdoe.Ah sim,me perdoe! Por não ter te esperado na estação aquele dia,é que a chuva desceu negra para mim e o sol pareceu me rejeitar.Eu fui feliz até quando não devia estar de pé,e olha só eu me escondendo de novo.

Ana sabia de tudo,via tudo,estava em tudo.Trazia nos bolsos todas as notas da verdade,e um frasco de veneno na carteira.Ela nunca soube ser sutil,nunca tentou ser melhor do aquela garota que lhe sorria no espelho.

Ana tinha nas mãos todas a borboletas,e na língua todas as vontades.


(Elisama Oliveira)

Um Príncipe Indomável


Ele tinha nome de príncipe,pose de rei,o coração de um urso.Ele podia tocar as estrelas com suas mãos,
podia ter o sol de frente à face,tudo assim,quando a tinha nos braços.Um dia,ela se foi.E ele enterrou sua coroa no peito.Algo me diz que ele sempre foi seguro.
Mas tinha medo,e eu via tal fato em teus olhos até quando ele sorria.Eu podia sentir sua respiração fraca enquanto ele respondia-me
que estava tudo bem.Era o prícipe de si mesmo,dono de seus próprios medos,senhor de suas canções que ninguém ouvia.
Era mesmo pequeno,e não no corpo,não na fé,não no bolso nem no amor.Era pequeno no desatino de se imaginar sozinho.

Ah Pequeno Príncipe,eu te abraçaria se tu me pedisse.Mas tu sempre se escondeu por traz de tua capa vermelha.E teus olhos negros
sempre te entregavam.Nunca me enganaram,e nem consiguiriam.Porque eu conhecia aquele cheiro de tristeza de longe.Eu a via escorregando
por suas mãos enquanto você afagava meu cabelo.Triste mesmo era saber que essa tristeza era o seu ponto forte,era o que te fazia tão
indestrutível,tão sexy.Oh perdoe-me o atrevimento,você sabe que eu nunca soube ser sutíl.Eu sentiria sua falta daqui a cinco minutos,
se não soubesse que você estaria tão perto.
Você nunca soube me dizer o que te deixava tão preocupado.Devo dizer preocupado,ou "transtornado"? Sempre fugindo.
Nunca me disse do que tinha medo,e eu sempre agia como se não soubesse.

"Me dê a mão."

Deixa-me te mostrar o mundo.Que depois da chuva ainda há céu.Vem comigo cantar aquele sucesso dos anos 80 que ninguém conhece.
Amigo,você vivia me surpreendendo.Vivia me dizendo onde haviam principios e virtudes,vivia me pedindo para tomar cuidado.
Meu Pequeno Principe de olhos negros.Você se tornou um rei das suas ruas vazias.Quem te domar será certamente feliz.E quem te deixar sozinho,
perdoe-me amigo,não sabe o que é ter no colo um amor inestimável.

(Elisama Oliveira)

sábado, 19 de novembro de 2011

Adriano C. | Não é ler. É sentir.

Adriano C. | Não é ler. É sentir.

Costume Oculto

Sinto como se o espelho não me refletisse por inteiro,só meus cacos.Todos juntados em um esforço de auto-construção.Meu quarto se tornou um abrigo de papéis amassados,de ideias furados,de planos frustados,de homens crucificados por não serem bons amigos,de muitos nós cheios de sangue.Eu sinto falta de sentir o cheiro da grama no parque da frente,de ter as mãos presas por um atentado de olhos azuis.Reflexo,de todas as noites em que eu me vi presa à uma janela fechada,só para mim,aberta ao público.Me fechei,e me sujeitei ao medo de uma forma tão suja,tão imunda.Será que eu devo cortar meu cabelo? Já nem lhe agrada aquele laço.Me faria feliz aquele aperto de mão vitorioso.É grande a malicia que me vem aos olhos toda vez que aquele rapaz passa,mas ele nem me atrai,vejam só.Não me julgue.Oras,não fui eu mesma que me julguei? Perfeita demais para errar,sábia demais para cair,amada demais,crente demais.Crente nos joelhos dobrados em um pedido de perdão.Era um circo,eu era o público,e aplaudi cada segundo do espetáculo que tinha como objetivo me distrair enquanto meus pés eram amarrados ao chão.Eu deveria ter me posto sobre as coisas inúteis de que me falavam as más línguas.Não há pedra sobre pedra nesse estado de sólido só.Nessa rotina de não se deixar pensar,e não se permitir ter pesadelos.Mas sem reclamações é claro.É só o meu velho costume de me esquecer de novo.Esse,e um outro costume,que ninguém conhece,que ninguém nunca viu,e eu guardo à 5 chaves que ainda me restaram depois que o mar,te guardou para sempre com ele meu velho amigo.


(Elisama Oliveira)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Leve,crua e só.

Ela deveria se sentar ás quatro horas de uma sexta feira,à beira de um barranco,cheia de esperança e um discurso melancólico a fazer.Só que depois de tanto vento,nem mesmo as velas conseguem te levar à algum lugar.Elas se rasgam,e eu me vi à deriva após tanta chuva.Não me negue se eu te esquecer debaixo da cama,é o desespero.Mas não há gritos,nem choro,não há vozes,nem atos,só desespero.E um desespero "bom".Tal que me derruba na grama e não me deixa correr para longe de tudo e todos.E olha só,ele não apareceu para ouvir.Pobre covarde,ou devo dizer,pobre amante.
"Ah,me deixa te segurar mais uma vez".

Sou Leve demais.E você sempre foi tão pesado,de gestos,palavras,sentidos,e cores.Suas cores Sr.Inverno,todas cinzas,todas vermelhas,cheias de folhas,pobres de vida,unidas em um poema esquecido,cheio de pó e saudade.Ela deveria ter ido embora,naquele dia.Mas não se conteve de amargura,não se deixou se arrogante,não lhe permitiu ter orgulho.Tola,criança ingênua.
"Me deixa te envolver nos meus braços".

Ela deveria ter feito tantos pedidos,e só pediu perdão.Podia ter feito tantas escolhas,e escolheu ser prisioneira.Podia ter tido tantos sonhos,e olha só como era doce o pesadelo de o ter consigo.Jogou tudo fora,amassou todas as cartas (tais que nunca vieram),se enrolou em tantas camadas,cobertas por ignorancia,recheadas de arrogância.Era uma bailarina fugindo da música,tropeçando sobre si.Esquecendo seus princípios,por alguém que não gostava de dançar.É assim esse inverno,uma crônica devastada,um amigo desolado,uma laço desatado.Sou crua demais.
"Eu vou fechar os olhos,e contar até 3..."
 

                       Elisama Oliveira

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Novembro

Não me lembro de qual foi a ultima vez que tomei um banho de chuva.Ou me lembro? Não importa,eu chovia muito por dentro naquele dia,e claro por fora,mas aquela água cristalizada que me escorriam eram facilmente camufladas pela chuva que me cobria feito um véu.Há dias em que palhaços e xícaras ficam  sutilmente assustadores,me levando à uma época que eu não apago dos ombros.Olha só,cigarros são estupidamente relacionados ao desespero,em minha modesta opinião.Ou,nem tão modesta assim.Estou desesperada.Mas porque não bebo,não fumo,não vicio-me em um jogo,não me entrego ao primeiro beija-flor que me cantar? Porque sorrio,e não me largo por um instante na estrada ? É fácil demais decorar a estante com fotos,ligar o rádio e deixa-lo entoar.É fácil demais se deixar sofrer.Eu nunca fui fácil.Então me surre se eu não levantar os olhos quando houverem aplausos vindos à mim.Perdoe-me se eu não choro ao ler uma carta,não me entrego de coração ao seus poemas.Perdoe-me Drummond,mas você tem sido um veneno para mim ultimamente.Tanto drama não me faz justiça,afinal,estou inteira.Inerte,mas inteira.Você sempre disse que amava a chuva,mas nunca deixou a janela aberta para aprecia-la.Pobre ator,cheio de dramas e novelas de cavalaria.Canta sabiá! Só quando a chuva passar.Quando o tempo passar.Quando tudo passar.Então canta,e me visita pássaro de amor.Não tenho pressa,é novembro,vai chover.


(Elisama Oliveira)

domingo, 13 de novembro de 2011

Incógnito

Não peça permissão,não me adorne de promessas.Voa criança,para bem longe.Não te assombres com o mundo,ele é teu leito agora.Seu lar tem estado devastado ultimamente,mas não te pressa,teu passarinho ainda canta.Cresce criança,e não tenha medo do escuro.Ele já foi teu berço.Voa criança,e me escreve,sempre que o dia nascer.

(Elisama Oliveira)

Veneno

Que te houve menino trator ? Eu me encontro na tua rua sempre que a tarde me vem sorrir.Não te espero porque tenho sempre a pressa de me encontrar primeiro.Donde saem as flores nascem laços também.Mas tu não sabes mais amarrar meu cabelo,nem mesmo o bagunça para fazer graça.Tu se perde em linhas proibidas de um mundo que nunca vai ser seu.Assim como eu me privo de teu espírito venenoso nas canções que eu tanto entoava,hoje me entendo com um livro de Lispector,ela sempre sabe me abraçar quando estou cansada dessas vozes piedosas de quem me vem cobrar respeito.Grandes punhais de carne e sangue!

Me agradaria se tu me perdesse de vista por tempo suficiente.Tal que me permitisse viver,não sobreviver como eu tenho feito.Sabe que com o tempo passa? Não tem mais leite para derramar,consequentemente nem choro.
Eu sou forte menino,olha só.Quem diria que eu te acenaria,e te abraçaria sem receio? Pois bem,certo estava quem o disse.Não me vejo em teu olhar,nem por respeito,nem por clemencia.

Mas é amor essa falta de vontade,é amor essa criança perdida ai dentro.Melhor dizendo,amor é grande,não se acaba,amor é ferro,tem sua força,equilibrio de mover um céu com suas poucas vogais.Admito,não é amor menino,é saudade.Amor é cura.E saudade é veneno.


(Elisama Oliveira)

sábado, 12 de novembro de 2011

Velha criança.

Eu penso que não me falta um único sentido no sentido de estar,viver e ser.Talves eu seja arrogante ao imaginar que não me falta nada,nem ninguém.E me veja então só,ao nada,seguindo em frente.Mas,onde é "em frente"?Não me pergunte onde foi que eu acordei domingo passado,pois eu não reconhecia nem mesmo a mim.Sem rumo,muito ousado dizer.Sem perspectiva,muito dramático ouvir.Sou um infinito perdido.

Mas minha velha criança não me silencia os ouvidos nem por um instante.Sei que às vezes a faço chorar,a faço sentir frio,e não a abraço antes de dormir.É que eu tenho tido muito medo do escuro.Pobre criança,não sabe nem ao menos o que faz ao meu lado.Será que é seguro se segurar em mim?

Perdoa-me anjo pequeno,não te esqueço,nem te ignoro.É que às vezes é mais fácil seguir sozinho,caminhando pelas folhas que de sorte me caem no cabelo.Poe a face na janela e não me perde,me guia sempre minha doce voz oculta.Se eu tivesse te ouvido,não teria que fechar a porta atras de todos,não me veria cair desesperada em tão plena calmaria.Eu nem mesmo te agradeço por estar aqui.Olha só,eu  esquecendo de novo de me ouvir.

-Até logo criança,não demoro a voltar.Vou buscar um pouco de paz,onde não haja sol que possa levar o prefácio de viver em que me encontro toda noite.

"Não se pode esquecer certos velhos costumes". Não me deixe te esquecer velha criança,já que tu sou eu,perdida dentro de mim.

(Elisama Oliveira)