sábado, 12 de novembro de 2011

Velha criança.

Eu penso que não me falta um único sentido no sentido de estar,viver e ser.Talves eu seja arrogante ao imaginar que não me falta nada,nem ninguém.E me veja então só,ao nada,seguindo em frente.Mas,onde é "em frente"?Não me pergunte onde foi que eu acordei domingo passado,pois eu não reconhecia nem mesmo a mim.Sem rumo,muito ousado dizer.Sem perspectiva,muito dramático ouvir.Sou um infinito perdido.

Mas minha velha criança não me silencia os ouvidos nem por um instante.Sei que às vezes a faço chorar,a faço sentir frio,e não a abraço antes de dormir.É que eu tenho tido muito medo do escuro.Pobre criança,não sabe nem ao menos o que faz ao meu lado.Será que é seguro se segurar em mim?

Perdoa-me anjo pequeno,não te esqueço,nem te ignoro.É que às vezes é mais fácil seguir sozinho,caminhando pelas folhas que de sorte me caem no cabelo.Poe a face na janela e não me perde,me guia sempre minha doce voz oculta.Se eu tivesse te ouvido,não teria que fechar a porta atras de todos,não me veria cair desesperada em tão plena calmaria.Eu nem mesmo te agradeço por estar aqui.Olha só,eu  esquecendo de novo de me ouvir.

-Até logo criança,não demoro a voltar.Vou buscar um pouco de paz,onde não haja sol que possa levar o prefácio de viver em que me encontro toda noite.

"Não se pode esquecer certos velhos costumes". Não me deixe te esquecer velha criança,já que tu sou eu,perdida dentro de mim.

(Elisama Oliveira)

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