domingo, 13 de novembro de 2011

Veneno

Que te houve menino trator ? Eu me encontro na tua rua sempre que a tarde me vem sorrir.Não te espero porque tenho sempre a pressa de me encontrar primeiro.Donde saem as flores nascem laços também.Mas tu não sabes mais amarrar meu cabelo,nem mesmo o bagunça para fazer graça.Tu se perde em linhas proibidas de um mundo que nunca vai ser seu.Assim como eu me privo de teu espírito venenoso nas canções que eu tanto entoava,hoje me entendo com um livro de Lispector,ela sempre sabe me abraçar quando estou cansada dessas vozes piedosas de quem me vem cobrar respeito.Grandes punhais de carne e sangue!

Me agradaria se tu me perdesse de vista por tempo suficiente.Tal que me permitisse viver,não sobreviver como eu tenho feito.Sabe que com o tempo passa? Não tem mais leite para derramar,consequentemente nem choro.
Eu sou forte menino,olha só.Quem diria que eu te acenaria,e te abraçaria sem receio? Pois bem,certo estava quem o disse.Não me vejo em teu olhar,nem por respeito,nem por clemencia.

Mas é amor essa falta de vontade,é amor essa criança perdida ai dentro.Melhor dizendo,amor é grande,não se acaba,amor é ferro,tem sua força,equilibrio de mover um céu com suas poucas vogais.Admito,não é amor menino,é saudade.Amor é cura.E saudade é veneno.


(Elisama Oliveira)

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