Tu,tão grande dentro de um mundo apertado,não viu."
Eu vi.De longa observação,um moço sentando.E era só,sim era só.Pois enquanto fumava,eu lia na sua fumaça a tristeza de quem não tem um velho sonho de que se orgulhar.Ele olhava para frente.Mas não via nada.Estava envolto num pensamento profundo.Num arrependimento,penso eu.E foi triste a forma como ele se sentou ali e esperou o tempo passar.Não passa.Nunca passa.O tempo não.Nós passamos.E nos deixamos e nos desmontamos.Estremeci.Acordei com a culpa de quem o havia abandonado.Porém que podemos nós fazer além de observar a tristeza e deixá-la seguir? Não pude.A minha estava ali.Me sorriu melancólica.E suspirou: "deixa criança,tu não podes roubar a dele,cuida de mim..."
E eu retornei a caminhar,pra cuidar da minha tristeza,pra curar-lhe os ombros,pra encher-lhe os olhos.
Porque nós,somos sim.Amigos da nossa tristeza,que nos vê e nos guarda com desdém.Conforme o dias passam,- minto,conforme nós passamos - ela vai se desgastando e sendo menos impertinente,até não ter forças nem para nos sorrir amarela.E se vai.É isso,esperar ela se cansar de nós.E esquecer que à nossa sombra esse pedaço de vida nos acompanha.
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