quinta-feira, 31 de maio de 2012

O bar das Flores perdidas

Dançaram.E dançaram até o que o ultimo músico se fosse e levasse consigo a vontade de viver.Inquietas e cheias de involuntariedade.Mortas,de alma,de peito,de luz.E não havia cor de que se orgulhar,não havia peste que não fosse desejada sobre si.Foi um inverno longo aquele.

Sabe,dizem que quando a gente cresce o mundo é todo simples.São poucas as coisas que nos cativam,poucos os muros que nos chama a atenção.Mas,creio que "crescer" está além do nosso entendimento.É quando a liberdade se torna um âmago,algo tão seu que ninguém possa ver.Algo tão simples que se torne complexo ao olho humano.É quando você deixa de estar só pra estar contigo.Crescer,que é tão inalcançável quanto um beijo de borboleta.Quando nos perdemos.E perder a si é como não ver o dia de amanhã.É como ver,e não enxergar.O desatino de existir,é crescer.

E as Flores foram longe,e riram e cantaram.Não pararam até que a ultima delas não suportasse mais estar em pé.Loucas,pobres e embriagadas.Toda a dor e tristeza embelezadas por conta de um Beija-Flor que não lhes foi fiel.Foi buscar amor n'outra vida.


Perdoem-me crianças,tenho estado cheia de nós ultimamente.Tenho me encontrado em braços de ferro e mentes fechadas.Tenho sentido um medo de perda.Sou eu,essas flores perdidas.Somos nós.Desencontrados.Parece um labirinto essa busca por satisfação,onde eu procuro um pouco menos de compreensão.Não entenda,cresça e não entenda quando crescer.Só viva.Que aqui não há mais espaço para pensamentos sóbrios.Tenho tentado ser mais convidativa,mas é que meus ombros são pesados demais.Minto,não são os ombros,são as histórias e anjos que eu tenho tentado curar sem muita expectativa e nenhum resultado.Então,perdoem-me crianças,tô indo.Onde,só as flores sabem.E lá,eu sei,não há vento que não me cante: Liberdade!




Elisama Oliveira

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