- Ah, a poesia é bonita. Dama imaculada de belos cabelos com toque suave e som de chuva. A poesia é limpa, livre, leve. Alheia à podridão do vasto mundo pecaminoso onde os homens se deitam.
Não, meu bem. A poesia também é triste. Mulher ingrata, que move o tempo. Seduz os homens de bem, e condena os homens de mal. Vil, como o fundo o poço. O mais profundo andar do mundo. A poesia também é escura. Amante dos amargos, dos infelizes. Dos que esperam o que não volta. Dos embriagados e perdidos. O que mata, e faz viver.
Elisama Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário